segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Os girassóis e nós

Nós estamos todos num mesmo campo

Eles são submissos. Mas não há sofrimento nesta submissão. A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.

A lógica é simples. Não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros. É força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez em que mudar a direção do Regente.

Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues aos intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram e querem o sol. Eles são girassóis.

Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de me voltar para uma força regente, absoluta, determinante. Preciso de Deus. Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender de minha possibilidade de ser feliz. É n'Ele que meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo o que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo o que n'Ele já está realizado.

Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.

Eu d'Ele me recebo, assim como o girassol se recebe do sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o sol potencializa.

O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se n'Ele não colocarmos a direção dos nossos olhos. Cada vez que o nosso olhar se desvia de Sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol o que na verdade não passa de luz artificial.

Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.

A vida é o lugar da Revelação Divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir, nas realidades humanas, algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de pólvora pelos cômodos de nossa morada. Um risco que não podemos correr.

Tudo o que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos. Ele, o Criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz.

Sejamos como os girassóis...

Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar a que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.

Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.

Girassol só pode ser feliz se para o sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras.

Eles já sabem, mas nós precisamos aprender.


Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Padre Fábio de Melo
Valorize o sofrimento

É preciso lembrar que não há sucesso sem luta

Nenhum de nós gosta de sofrer, mas o sofrimento faz parte da vida; não há uma pessoa sequer na face da terra que não tenha de conviver com a dor e a angústia; logo, aprender a sofrer é aprender a viver. A paz não consiste em não ter contrariedades, mas em saber, com humildade e resignação, aceitá-las e enfrentá-las. A primeira atitude diante de qualquer sofrimento é a atitude mental; muitas vezes, nós aumentamos o nosso sofrimento com um pensamento negativo e pessimista. Acho que você já notou que o mesmo sofrimento para um é muito pesado, enquanto para outro pode ser fácil de ser vencido.

Da mesma forma que não há montanhas altas sem névoas, assim também não há homem superior sem caluniadores. O que importa é não dar ouvidos a essas calúnias. Não pare a sua caminhada para atirar pedras nos cães que ladram, senão você pode atrasar a sua chegada. Sabemos que somente as árvores que têm frutos é que são sacudidas ou apedrejadas em busca de alimentos. Ninguém atira pedras em árvores sem frutos. As perseguições não atingem a alma quando são injustas ou falsas.

Frequentemente, as coisas que consideramos “más” são as que tornam boas as coisas boas. Como poderíamos reconhecer o prazer sem a dor? Sem o conforto, como poderíamos estar confortáveis? Se não houvesse escuridão, como saberíamos o que é a luz? Sem ignorância, qual seria o valor do conhecimento?

Em todas as direções e em todas as situações, a vida tem significado. Em todo lugar existe a oportunidade da realização. Em vez de amaldiçoar a escuridão, acenda um fósforo, aprecie a luz que as trevas tornam possível.

As únicas desgraças completas são aquelas com as quais nada aprendemos. Cada lágrima ensina-nos uma verdade.

É preciso sempre se lembrar de que não pode haver sucesso sem luta e, às vezes, sofrimento. O sofrimento não é obra de Deus; ele existe por causa de nossa fraqueza e dos pecados dos homens. Mas Cristo o transformou em matéria-prima de nossa salvação. Paul Claudel disse que “Cristo não veio abolir o sofrimento, nem mesmo explicá-lo; mas veio trazer-lhe a plenitude da sua presença”. Por isso, quem sofre com Cristo, sofre em paz.

Deus nos fala pelas circunstâncias e pelos acontecimentos difíceis da vida. Quando analiso o meu passado, vejo que tudo o que me aconteceu foi para o meu bem. O sofrimento é inseparável do amor, como a rosa o é do espinho. Não tenha medo das adversidades nem das contrariedades.

É comum nos sentirmos desencorajados e até desesperados quando as coisas vão mal. Mas Deus age em nosso beneficio, mesmo nos momentos de dor e sofrimento.

“Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Romanos 8, 29)

( Trecho extraído do livro "Para ser feliz" - Editora Cléofas)


Fonte: http://www.cancaonova.com/
Felipe Aquino
30º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste domingo, Jesus recorda aos fariseus que toda a Lei de Deus pode ser resumida em dois mandamentos: amar a Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todo o entendimento, e amar o próximo como a si mesmo. Em nossa cultura atual, a palavra amor, é usada para denominar situações totalmente diferentes e até contraditórias. Usa-se a palavra amor tanto para designar o gesto fraterno em favor do necessitado, quanto para sentimentos desequilibrados que causam o sofrimento e a morte (é comum ouvirmos: “matou por amor”).

O amor é o distintivo do cristão, desde o início da Igreja. São Paulo elogia os cristãos de Tessalônica (1Ts 1,5c-10) por terem se tornado modelo para os seus conterrâneos, devido às atitudes de acolhimento fraterno. Tais gestos eram um testemunho autêntico da fé em Jesus Cristo. Quem vive o amor, não precisa de palavras, pois seus gestos são um anúncio completo do Evangelho.

Mas na prática, o que significa amar a Deus com todo o coração e todo entendimento? Significa colocar Deus em primeiro lugar em nossa vida. Muitos dizem que amam a Deus, mas não rezam porque estão muito ocupados ou cansados; outros deixam de participar da Santa Missa aos domingos por causa de um passeio, uma festa, ou simplesmente para dormir; outros, diante de problemas ou dificuldades, a primeira atitude que tomam é abandonar o serviço que prestam a Deus na Igreja. Todos dizem que amam a Deus; mas, na prática, deixam Deus em segundo plano em sua vida.

E o amor ao próximo? São João, em sua primeira carta, nos ensina que, aquele que diz amar a Deus, mas não ama o irmão, é um mentiroso. E ainda mais, que o amor não é feito de palavras, mas de gestos concretos. No livro do Êxodo (Ex 22,20-26), Deus nos mostra que amar o próximo é ser justo com o estrangeiro, proteger a viúva e o órfão, socorrer os pobres e necessitados. São gestos concretos de cuidado, de ajuda aos que passam por necessidades, tanto materiais quanto espirituais.

A prática do amor a Deus e ao próximo exige uma plena renúncia do egoísmo. Quem pensa somente em si, ou primeiramente em si, não consegue viver o amor. Somente quem é capaz de renunciar às suas vontades e interesses, é capaz de viver plenamente o amor. E somente quem vive o amor é verdadeiramente cristão.


Fonte: http://www.paroquiasaojudastadeusc.org.br/
Santo Antônio Maria Claret


O santo lembrado hoje foi de muita importância para a Igreja que guarda o testemunho de sua santidade, que mereceu a frase do Papa Pio XI que disse: "Antônio Maria Claret é uma figura verdadeiramente grande, como apóstolo infatigável". Nasceu em 1807 em Sallent (Província de Barcelona - Espanha), ao ser batizado recebeu o nome de Antônio João, ao qual ele veio depois acrescentar o de Maria como sinal de sua especial devoção à Santíssima Virgem: "Nossa Senhora é minha Mãe, minha Madrinha, minha Mestra, meu tudo, depois de Cristo".

Antônio Maria ajudou o pai numa fábrica de tecidos até os 22 anos, quando entrou para o seminário de vida, pois almejava um sacerdócio santo e como padre desejou consagrar-se nas difíceis missões da Espanha. Ao ver a pobreza dos missionários e as portas se abrindo, Antônio Maria, com amigos, tratou de fundar a "Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria", conhecidos como Claretianos.

O Carisma era evangelizar todos os setores, por meio da caridade de Cristo que constrangia, por isso dizia: "Não posso resistir aos impulsos interiores que me chamam para salvar almas. Tenho sede de derramar o meu sangue por Cristo!" Mal tinha fundado a Congregação, o Espírito o nomeou para Arcebispo de Santiago de Cuba, onde fez de tudo, até arriscar a própria vida, para defender os oprimidos da ilha e converter a todos, conta-se que ao chegar às terras cubanas foi logo visitar e consagrar o apostolado à Nossa Senhora do Cobre.

Com os amigos o Arcebispo Santo Antônio Maria Claret, evangelizou milhares de almas, isto através de missões populares e escritos, que chegaram a 144 obras. Fundador das Religiosas de Maria Imaculada, voltou a Espanha, também tornou-se confessor e conselheiro particular da rainha Isabel II; participou do Concílio Vaticano I, e ao desviar-se de calúnias retirou-se na França onde continuou o apostolado até passar pela morte e chegar na glória em 24 de outubro de 1870.

Foi beatificado em 1934 pelo Papa Pio XI e canonizado por Pio XII em 1950. Pelo seu amor ao Imaculado Coração de Maria e pelo seu apostolado do Rosário, tem uma estátua de mármore no interior da Basílica de Fátima.

Santo Antônio Maria Claret, rogai por nós!

 
Fonte: http://www.cancaonova.com/

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Amar, o verdadeiro martírio
A atitude de amar é cada vez mais rara

Muitas vezes, deparamos com coisas que nos sentimos incapazes de fazer por conta de nossas misérias. Jesus, no “testamento” d'Ele, nos deixa uma ordem que é o grande desafio da vida de qualquer ser humano: “Amai-vos uns aos outros” (João 15,12). O mandamento do amor, muito mais que uma simples ordem, é um projeto de vida que perpassa a existência de todo homem.

Como imagem e semelhança de Deus, que é amor, o homem tem por vocação amar. Por isso se não a [vocação] cumpre, não encontra em sua vida a verdadeira realização e a felicidade. Amar é a vida do ser humano. Alguém que não ama já está morto.

Mas quem disse que amar é fácil? Quem disse que felicidade e realização são palavras opostas a sacrifício e a sofrimento? Em meio a um mundo hedonista, impregnaram em nossa consciência que felicidade é fazer e viver tudo o que, de alguma forma, não nos custe nada. É por isso que cada vez mais o mundo se torna individualista e a atitude de amar é cada vez mais rara. Amar exige sofrimento, renúncia, martírio.

Se amar é muito mais do que um simples sentimento, é uma decisão e uma atitude de vida, logicamente vai exigir um sacrifício próprio. Muita gente projeta a vida a partir de um desejo, às vezes, um carro, uma casa e sacrifica muita coisa em função disso. Se o projeto próprio dos filhos de Deus é amar, precisamos nos dispor a acolher os sacrifícios próprios dessa decisão.

Somos acostumados a desejar que as pessoas nos amem muito, incondicionalmente, sem olhar para as nossas misérias e limitações. Mas quando chega a hora de amar o outro, colocamos uma série de condições. E o amor incondicional? E o amor oblação? E a alegria maior de dar do que receber? E a verdade que o amor que me cura é o que dou e não o que recebo? Não são simples perguntas, mas uma verdadeira revisão de vida para a qual somos convidados por Deus.

Jesus afirma que se a semente, na terra, não morrer ela não gerará frutos. Amar é morrer! Morrer para as minhas vontades e minhas carências e me decidir em traduzir em ato a vocação que Deus destinou para a minha existência. Não há nenhum ato de amor que não exija de nós o derramar do nosso sangue, um martírio constante que nos leva à oblação e à doação. O amor acarreta sofrimento, cruz, morte. Mas traz consigo redenção, ressurreição, alegria!

Martírio é testemunho. Mártir é aquele que derramou o seu sangue para testemunhar ao mundo um amor maior. É aquele que cumpriu, com excelência, a sua vocação de amar. Em um mundo, que não mais acredita em muitas verdades essenciais, há a extrema necessidade de pessoas capazes de suportar todas as tribulações, de forma a testemunhar que o mandamento do Senhor não é uma utopia. Deus nos chama a sermos hoje mártires do amor, em meio a um povo que esqueceu a sua vocação de amar.

Talvez você esteja sofrendo muito por ter se decidido a amar alguém concretamente e sem esperar nada em troca. Pode ser que a decisão de amar o esteja levando a chorar ao se deitar e a perder noites de sono. Ou então, sua vida se tornou um verdadeiro calvário a partir do momento em que você saiu da teoria e foi colocar a sua vocação de filho de Deus em prática. Louvado seja Deus! Você está se aproximando cada vez mais da meta, da plenitude do verdadeiro projeto de vida que Jesus nos deixou : “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amo” (João 15, 12).

Quando os nossos sofrimentos são causados por atos verdadeiros de amor, eles nos trazem dor, mas trazem também um sentimento de felicidade inigualável. Não uma felicidade aos moldes mundanos, mas a verdadeira felicidade, a verdadeira paz no coração daqueles que realizaram, com aquele sacrifício, a vontade de Deus para a sua vida.

Jesus nos deixou o exemplo da cruz. A cruz é o modelo de amor. Ele nos amou até o fim e nos mostrou que, por amor, somos capazes de levar a nossa decisão até as últimas consequências. Até o derramamento de sangue. Dando literalmente a vida. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (João 15, 13).

É hora de pararmos de ficar lambendo as nossas feridas e transformá-las em chagas de amor. Se amar o tem machucado e ferido, você agora tem mais coisas em comum com Jesus. Quando chegar à vida eterna, Ele vai olhar para essas chagas e vai lhe dizer: “Como você é parecido comigo!”. Por isso: não desista de amar! Não desista de testemunhar ao mundo que o amor não é uma utopia, mas uma verdade. Seja onde for que Deus o coloque, seja um mártir do amor. Dê a sua vida pela simples, mas inigualável e heroica decisão de amar sem condições, sem medidas.


Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Renan Félix
A força da moral católica

A moral católica não muda ao sabor da vontade dos homens

A moral católica é a base do comportamento do cristão, segundo a fé que ele professa recebida de Cristo e dos Apóstolos. No Sermão da Montanha Jesus estabeleceu a “Constituição” do Reino de Deus, e em todo o Evangelho nos ensina a viver conforme a vontade de Deus.

Para quem vive pela fé, a moral cristã não é uma cadeia; é antes um caminho de vida plena e de felicidade. Deus não nos teria deixado um Código de Moral se isso não fosse imprescindível para sermos felizes. As leis morais podem ser comparadas às setas de trânsito que guiam os motoristas, especialmente em estradas perigosas, de muitas curvas, neblinas e lombadas. Se o motorista as desrespeitar, poderá pagar com a própria vida e com as dos outros.

Mas para crer nisso e viver, com alegria, a Moral é preciso ter fé; acreditar em Deus e no Seu amor por nós; e acreditar na Igreja Católica como porta-voz de Jesus Cristo. É preciso ser guiado pelo Espírito Santo.

Cristo nos fala pelo Evangelho e pela Igreja. Ele a instituiu sobre Pedro e os Apóstolos para ser a nossa Mãe, guia e mestra. Jesus disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16).

Cristo concedeu à Igreja parte de Sua infalibilidade em matéria de doutrina: fé e moral, porque isso é necessário para a nossa salvação e instituiu a Igreja para nos levar à salvação. Por isso, o Senhor não pode deixar que a Igreja erre em coisas essenciais à nossa salvação. O Concílio Vaticano II disse que “a Igreja é o sacramento universal da salvação” (LG,4).

É por ela que Jesus continua a salvar os homens de todos os tempos e lugares através dos Sacramentos e da Verdade que ensina. São Paulo disse a São Timóteo que “a Igreja é a coluna e o fundamento (alicerce) da verdade” (cf. 1Tm 3,15) e que Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade” (cf. 1Tm2, 4). Essa “verdade que salva” Deus confiou à Igreja para guardar cuidadosamente, e ela faz isso há vinte séculos. Enfrentou muitas heresias e cismas, muitas críticas dos homens e mulheres sem fé, especialmente em nossos dias, mas a Igreja não trai a Jesus Cristo.

Cristo está permanentemente na Igreja – “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20) – e ela sabe que embora os seus filhos sejam pecadores, ela não pode errar o caminho da salvação e da verdade.

Na Última Ceia o Senhor prometeu à Igreja (Cristo e os Apóstolos) no Cenáculo que ela conheceria a verdade plena. “Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas vocês não estão preparados para ouvir agora; mas quando vier o Espírito Santo, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,12-13).

Ao longo dos vinte séculos o Espírito Santo foi ensinando à Igreja esta verdade, através dos santos, dos Papas, dos Santos Padres...

Se Cristo não concedesse à Igreja a infalibilidade em termos de doutrina (fé e moral) de nada valeria ter-lhe confiado o Evangelho, pois os homens o interpretam de muitas maneiras diferentes e criaram muitas outras “igrejas”, sem o Seu consentimento, para aplicarem a verdade conforme o “seu” entendimento e não conforme o entendimento da Igreja deixada por Ele. A multiplicação das milhares de igrejas cristãs e de seitas é a consequência do esfacelamento da única Verdade que Jesus confiou ao Sagrado Magistério da Igreja (Papa e Bispos em comunhão com ele) para guardar e ensinar a todos os povos.

Além de confiar à Igreja a Verdade eterna, Cristo lhe garantiu a Vitória contra todos os seus inimigos. Disse a Pedro: “As portas do inferno jamais a vencerão” (Mt 16,17).

Já se passaram vinte séculos, inúmeras perseguições (império romano, nazismo, comunismo, fascismo, ateísmo,... ) e a Igreja continua mais firme e forte do que nunca. Quanto mais é perseguida, tanto mais corajosa se torna; quanto mais apanha, tanto mais se fortalece; quanto mais é caluniada, tanto mais sábia se torna.

Tertuliano de Cartago (†220), um dos apologetas da Igreja, escreveu ao imperador romano da época, Antonino Pio, o qual perseguia os cristãos, dizendo-lhe que não adiantava persegui-los e matá-los, porque “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. O império romano desabou, o comunismo sucumbiu, o nazismo acabou... mas a Igreja continua mais firme do que nunca. Nenhum chefe de Estado tem tantos embaixadores (Núncios Apostólicos) em outros países como o Vaticano; são cerca de 180.

O mundo chama hoje a Igreja Católica de obscurantista, retrógrada, etc., por ela ser fiel a Jesus; mas ela não se curva diante do pecado do mundo moderno, da mesma forma que não se curvou diante dos carrascos dos seus mártires.

A Igreja não busca a glória dos homens, mas somente a glória de Deus, por isso não se intimida e não desanima diante das ameaças dos infiéis. Ainda que ela fique sozinha, não negará a verdade do seu Senhor.

A moral católica não muda ao sabor da vontade dos homens, nem com o passar do tempo, porque a Verdade não muda, seja ela qual for. O teorema de Pitágoras e o princípio do empuxo, de Arquimedes, são os mesmos que esses gregos descobriram vários séculos antes de Cristo. A verdade que foi revogada, nunca foi verdade; pois a verdade, de fato, não pode mudar. Cristo não nos deixou uma moral transitória, passageira, provisória; não, Ele nos deixou uma Verdade eterna. Ele mesmo é a Verdade.

As questões morais não dependem da “opinião da maioria”, nem se alteram com os “avanços” científicos. A moral é que deve dizer quais descobertas da Ciência são válidas para o progresso do homem, e não o contrário. Uma lei moral não se torna lícita só porque é aprovada pelo Governo ou pelo Parlamento.

Muitas vezes, a confusão moral e os erros são cometidos por causa de uma incompreensão insuficiente dessas questões. A Igreja, de sua parte, examina com profundidade as questões morais, olhando não apenas o conforto do homem, mas, principalmente a sua dignidade humana.

Diante das leis que não estão de acordo com a Moral católica, os fiéis precisam se manifestar com viva voz; porque se ficarmos calados e submissos, em breve, poderemos ter em nosso país muitas leis imorais. Já aprovaram o divórcio, a manipulação e a morte de embriões (vidas humanas!), e em breve poderão aprovar o aborto, a eutanásia, o casamento de pessoas do mesmo sexo... O Papa Leão XIII disse que “a audácia dos maus se alimenta da covardia e omissão dos bons.” Não podemos mais viver um catolicismo de sacristia; a maioria do povo brasileiro é católica (cerca de 73%) e tem direito de viver em um país com leis católicas; mas isso só acontecerá se fizermos isso acontecer. Jesus já tinha avisado que “os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”.


Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Felipe Aquino
Nossa Senhora e a Eucaristia


Jesus se torna acessível às pessoas na comunhão


O Papa João Paulo II escreveu o documento Ecclesia de Eucharistia falando da extrema ligação de Nossa Senhora com a Eucaristia. Há um nexo profundo entre Maria Santíssima e a Eucaristia; o próprio Papa João Paulo II afirma que Ela foi o primeiro sacrário do mundo, por essa razão, Ela em tudo tem a ver com Jesus Eucarístico. A primeira coisa que o saudoso Pontífice nos recorda é que Maria não estava presente no momento da instituição da Eucaristia, na Santa Ceia, pois não era o papel dela estar lá, mas através de sua intercessão, realizou-se o milagre da transubstanciação pelo poder do Espírito Santo.

O que faz um homem ser homem? É a beleza física? A cor dos seus cabelos? O formato de sua orelha? Nada disso. O que o faz ser homem é algo que não se vê, é a alma! É a essência de alguém que o faz ser quem é. Assim, quando vemos a hóstia branca, redonda, de diversos tamanhos, não fazemos conta da essência, da substância e é isso que acontece no momento da transubstanciação, ou seja, a transformação da substância vinho e pão para Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Jesus se torna acessível às pessoas na comunhão. Todos podem receber a Eucaristia, independentemente de sua condição física ou psicológica. Deus quis que você recebesse o Corpo, a Alma e a Divindade de Cristo. É Jesus, que se esconde e se aniquila através da Eucaristia.

Só há um caso em que o Senhor não está na hóstia: é quando o trigo ou o vinho se estragam, deixando de ser pão e vinho, não tem como ser Jesus. Jesus não "está" no pão, Jesus é o Pão Consagrado. Quantas vezes, Ele entra na boca de um bêbado e até de alguém que não está preparado para recebê-Lo na comunhão.

Quando compreendermos o amor de Jesus por nós, nosso desejo pela Eucaristia será maior. Hóstia significa "vítima oferecida em sacrifício". Cristo deu o poder aos sacerdotes para consagrarem a substância do pão e do vinho em Corpo e Sangue d'Ele por inteiro, é a palavra de Cristo pelo sacerdote. O sacramental é aquilo que depende de nossa fé; mas, o sacramento é diferente, pois, por exemplo, no sacramento do batismo a criança não precisa ter fé para acontecer a graça, pois é Deus quem opera.

Todos nós conhecemos a passagem bíblica que narra as Bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12). Naquele momento, o Senhor mudou tanto a aparência como a substância do líquido, diferentemente do que acontece durante a consagração, na celebração da Santa Missa. A essência do trigo é o próprio Corpo de Cristo; a essência do vinho é Seu próprio Sangue.

Assim como Jesus se fez presente no seio da Santíssima Virgem Maria durante a gestação, quando O recebemos na Hóstia Consagrada, Ele está presente dentro em nós. Então , como Maria, podemos cantar o "Magnificat".

Nosso Senhor Jesus Cristo se encarna no corpo de cada um de nós, também com o desígnio de nos salvar. Ele tem uma paixão enorme pela nossa essência, a nossa alma, por isso, tenta de todas as maneiras salvá-la. Diante disso, cabe a nós olharmos para Cristo, na Eucaristia, com a mesma adoração que Isabel recebeu Maria, quando grávida, ao visitá-la (cf. Lucas 1,39-56).

Assim como a Igreja e a Eucaristia não se separam; a Virgem Maria e a Eucaristia também não se separam. Quem entra na comunhão com Cristo, entra na escola de Maria, pois Ela tem muito a nos ensinar!


Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Felipe Aquino
O papel da Virgem Maria na Igreja


A Igreja experimenta continuamente a eficácia da ação de Mãe

São Bernardo, doutor da Igreja, disse que "Deus quis que recebêssemos tudo por Maria". De fato, por ela nos veio o Salvador e tudo o mais. Sem dúvida, o papel preponderante da Santíssima Virgem na vida da Igreja é o de Mãe.

A Igreja, como o Cristo, nasce no seu regaço:

“Todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, em companhia de algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de Jesus e de Seus irmãos” (At 1,14).

Neste quadro de Pentecostes São Lucas destaca a pessoa de Nossa Senhora, a única que é recordada com o próprio nome, além dos apóstolos. Ela promove, na Igreja nascente, a perseverança na oração e a concórdia no amor. É o papel de mulher e de Mãe. São Lucas também faz questão de apresentá-la explicitamente como “a mãe de Jesus” (cf. At 1,14), de forma a dizer que algo da presença do Filho, que subiu ao céu, permanece na presença da Mãe. Ela, que cuidou de Jesus, passa agora a cuidar da Igreja, o Corpo Místico do Seu Filho. Desde o começo a Virgem Maria exerce o seu papel de “Mãe da Igreja".

Com essas palavras pronunciadas na Cruz: “Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26), Cristo lhe dá a função de Mãe universal dos crentes. Entregando-a ao discípulo amado como Mãe, Nosso Senhor Jesus Cristo quis também indicar-nos o exemplo de vida cristã a ser imitado. Se Cristo no-la deu aos pés da Cruz, é porque precisamos dela para a nossa salvação. Não foi à toa que o Resssuscitado nos deu a Sua Mãe...

Esta missão materna e universal da Santíssima Virgem Maria aparece na sua preocupação para com todos os cristãos, de todos os tempos. Sem cessar ela socorre a Igreja e os seus filhos. Os cristãos a invocam como “Auxiliadora”, reconhecendo-lhe o amor materno que socorre os seus filhos, sobretudo quando está em jogo a salvação eterna. A convicção de que Nossa Senhora está próxima dos que sofrem ou se encontram em perigo levou os fiéis a invocá-la como “Socorro”. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro!

A mesma confiante certeza é expressa pela mais antiga oração mariana, do século II, na época das perseguições romanas, com as palavras: “Sob a vossa proteção recorremos a vós, Santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós que estamos na prova, e livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!” (Do Breviário Romano).

Na sua peregrinação terrena, a Igreja experimenta continuamente a eficácia da ação da “Mãe na ordem da graça”. Ela tem um lugar especial no coração de cada filho. Não é um sentimento superficial, mas afetivo, real, consciente, vivo, arraigado e que impele os cristãos de ontem e de hoje a recorrerem sempre a ela, para entrarem em comunhão mais íntima com Cristo.

Nossa Senhora une não só os cristãos atuantes, mas também o povo simples e até os que estão afastados. Para esses, muitas vezes, a Virgem Maria é o único vínculo com a vida da Igreja. Ela nos educa a viver na fé em todas as situações da vida, com audácia e perseverança constante. A sua maternal presença na Igreja ensina os cristãos a se colocarem na escuta da Palavra do Senhor. O exemplo da Virgem Maria faz com que a Igreja aprenda o valor do silêncio. O silêncio de Maria é, sobretudo, sabedoria e acolhimento da Palavra.

A Igreja aprende a imitá-la no seu caminho cotidiano. E assim, unida com a Mãe, conforma-se cada vez mais com seu Esposo.


Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Felipe Aquino
O papel da Virgem Maria na Igreja


A Igreja experimenta continuamente a eficácia da ação de Mãe

São Bernardo, doutor da Igreja, disse que "Deus quis que recebêssemos tudo por Maria". De fato, por ela nos veio o Salvador e tudo o mais. Sem dúvida, o papel preponderante da Santíssima Virgem na vida da Igreja é o de Mãe.

A Igreja, como o Cristo, nasce no seu regaço:

“Todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, em companhia de algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de Jesus e de Seus irmãos” (At 1,14).

Neste quadro de Pentecostes São Lucas destaca a pessoa de Nossa Senhora, a única que é recordada com o próprio nome, além dos apóstolos. Ela promove, na Igreja nascente, a perseverança na oração e a concórdia no amor. É o papel de mulher e de Mãe. São Lucas também faz questão de apresentá-la explicitamente como “a mãe de Jesus” (cf. At 1,14), de forma a dizer que algo da presença do Filho, que subiu ao céu, permanece na presença da Mãe. Ela, que cuidou de Jesus, passa agora a cuidar da Igreja, o Corpo Místico do Seu Filho. Desde o começo a Virgem Maria exerce o seu papel de “Mãe da Igreja".

Com essas palavras pronunciadas na Cruz: “Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26), Cristo lhe dá a função de Mãe universal dos crentes. Entregando-a ao discípulo amado como Mãe, Nosso Senhor Jesus Cristo quis também indicar-nos o exemplo de vida cristã a ser imitado. Se Cristo no-la deu aos pés da Cruz, é porque precisamos dela para a nossa salvação. Não foi à toa que o Resssuscitado nos deu a Sua Mãe...

Esta missão materna e universal da Santíssima Virgem Maria aparece na sua preocupação para com todos os cristãos, de todos os tempos. Sem cessar ela socorre a Igreja e os seus filhos. Os cristãos a invocam como “Auxiliadora”, reconhecendo-lhe o amor materno que socorre os seus filhos, sobretudo quando está em jogo a salvação eterna. A convicção de que Nossa Senhora está próxima dos que sofrem ou se encontram em perigo levou os fiéis a invocá-la como “Socorro”. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro!

A mesma confiante certeza é expressa pela mais antiga oração mariana, do século II, na época das perseguições romanas, com as palavras: “Sob a vossa proteção recorremos a vós, Santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós que estamos na prova, e livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!” (Do Breviário Romano).

Na sua peregrinação terrena, a Igreja experimenta continuamente a eficácia da ação da “Mãe na ordem da graça”. Ela tem um lugar especial no coração de cada filho. Não é um sentimento superficial, mas afetivo, real, consciente, vivo, arraigado e que impele os cristãos de ontem e de hoje a recorrerem sempre a ela, para entrarem em comunhão mais íntima com Cristo.

Nossa Senhora une não só os cristãos atuantes, mas também o povo simples e até os que estão afastados. Para esses, muitas vezes, a Virgem Maria é o único vínculo com a vida da Igreja. Ela nos educa a viver na fé em todas as situações da vida, com audácia e perseverança constante. A sua maternal presença na Igreja ensina os cristãos a se colocarem na escuta da Palavra do Senhor. O exemplo da Virgem Maria faz com que a Igreja aprenda o valor do silêncio. O silêncio de Maria é, sobretudo, sabedoria e acolhimento da Palavra.

A Igreja aprende a imitá-la no seu caminho cotidiano. E assim, unida com a Mãe, conforma-se cada vez mais com seu Esposo.


Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Felipe Aquino
O segredo da cura


Peça que o Espírito Santo o cure onde você realmente precisa

Em Lucas 5,1-5 temos um reflexo do que todos nós já passamos ou estamos passando. Pedro disse a Jesus: "Senhor, trabalhamos a noite inteira e não conseguimos nada" (idem 5b). Isso é reflexo do que vivemos e dizemos tantas vezes a Jesus: "Senhor, de que adiantou tanta luta?". Diante do desespero nós diremos sempre essa mesma frase.

O primeiro segredo da cura dos traumas de Pedro, que representa a Igreja, foi quando Cristo chegou e ele estava consertando a rede. À noite não tinha como ver que este objeto estava rasgado, e ele só viu isso de manhã.

Quando as coisas não estão bem em nossa vida, quando nos acontecem situações difíceis, buscamos culpados ou desculpas. Fracassos não resolvidos são semente de novos e maiores fracassos.

Você quer ser curado de seus traumas? Então é preciso consertar suas "redes"! O ser humano é capaz de realizar o ótimo, mas também capaz de realizar o péssimo, pois é como uma rede que vai se estragando ao longo da vida. Existem pessoas que trazem traumas desde a barriga da mãe, em sua infância, ou provocado por outras pessoas. A nossa grande missão é consertar as "redes"; é preciso lavar nossas "redes", nosso coração, que é sede das emoções e das decisões.

É necessário ter equilíbrio e dosar as coisas; ter disciplina no comer, em tudo. Sem disciplina espiritual não acontece cura. A indisciplina não deixa que a graça de Deus entre em nossa vida. As pessoas que não são capazes de fazer pequenas renúncias, não farão as grandes. Você quer ser uma pessoa curada? Cuide da sua alimentação; não prepare seu inconsciente para ter fome.

O grande poder de cura é a Palavra de Deus, é essa Palavra que tem poder de restauração. Quando ela entra em seu inconsciente começa a agir. Mesmo que você não sinta, saiba que a Palavra está agindo. Mas Deus não nos violenta nunca, Ele só age em nós quando permitimos Sua ação. O Todo-poderoso trabalha no diálogo, Ele cura cada coisa que vamos pedindo, por isso a necessidade de fazermos um roteiro. Preciso me conscientizar quais as áreas da minha vida precisam ser equilibradas.

99% das doenças vêm de traumas; e o trauma é o grande inimigo seu e meu. Existem pessoas que confessam seus pecados desde a infância, porque são traumas. O povo e os padres precisam se convencer de que não adianta reclamar. O trauma é como uma torneirinha pingando; enxugamos o local, mas depois está molhado novamente. Muitas pessoas fazem uma confissão sincera, mas, mesmo assim, continuam pecando, porque, na verdade, são portadoras de traumas e precisam ser curadas na raiz.

Por isso peça que o Espírito Santo venha curá-lo nas áreas que você realmente precisa.

Os traumas atingem três áreas:

- Física,

- Espiritual,

- Psicológica.

É preciso identificar quais são os seus traumas. Use sua memória para retomar a situação de pecado que você viveu, naquele em que você sempre caiu e peça a Deus o discernimento para descobrir a raiz desse mal [pecado].


Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Padre Léo
29º DOMINGO DO TEMPO COMUM


A Palavra de Deus deste domingo nos convida a refletir sobre a relação entre o poder humano e o poder de Deus. O profeta Isaías (Is 45,1-6) mostra que Ciro, rei da Pérsia, ao libertar o povo de Deus da escravidão na Babilônia e o mandar de volta para a terra prometida, estava sendo um instrumento do poder de Deus. É a revelação de que há um só Senhor, e não há outro. O poder humano é dado por Deus e deve ser usado de acordo com o projeto de Deus, pois somente Deus é onipotente.

É nessa perspectiva que devemos entender a resposta que Jesus deu aos fariseus e herodianos, que lhe perguntaram se era lícito ou não pagar o imposto a César. Se dissesse que sim, Jesus estaria concordando com a dominação do Império Romano, que oprimia o povo e arrancava a força os impostos. Se respondesse que não, estaria assumindo um papel de subversivo e se colocando ao lado dos grupos que reagiam à dominação com violência.

A resposta de Jesus (daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus) atinge a raiz de toda forma de opressão e de violência, mostrando que César, enquanto rei humano devia estar submetido a Deus, que é o único Senhor. Não se pode dar a César o que pertence unicamente a Deus. E nesse sentido, devemos lembrar que alguns imperadores romanos se apresentavam como soberano absoluto e exigiam ser adorados como tal. Ao perguntar de quem é a figura na moeda Jesus desmascarava a idolatria do poder, das pessoas que serviam ao Imperador, para obter vantagens, como era o caso dos herodianos.

Esta Palavra mostra que precisamos discernir sobre o uso que se faz do poder em nossa sociedade atual. Todo e qualquer poder humano deve estar sempre submetido ao poder de Deus. Quando um ser humano, um povo, uma cultura, um país, se torna absoluto, se instaura uma realidade de dominação e opressão. Ao contrário, quando o poder é usado de acordo com o plano de Deus, como foi o caso do rei Ciro, acontece a libertação.


Fonte: http://www.paroquiasaojudastadeusc.org.br/

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

28º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Jesus nos convida a refletir sobre a acolhida da salvação que Deus nos oferece, utilizando a metáfora do banquete, o qual indica a realidade desejada por Deus, de abundância, de alegria e de intimidade com cada um de seus filhos. Segundo a parábola, o banquete de casamento preparado pelo rei foi recusado, de forma até violenta, pelos convidados. Isso é uma referência à atitude dos sumos sacerdotes e anciãos do povo, que não aceitaram a aliança oferecida por Deus através de Jesus Cristo.

Segundo a parábola, o rei estendeu o convite a todas as pessoas, e a sala da festa ficou lotada, mostrando que a salvação é oferecida a toda humanidade, sem distinção. O profeta Isaías já havia anunciado a destinação universal da salvação, também com a metáfora de um banquete oferecido por Deus no monte Sião, para todos os povos.

Entretanto, a parábola fala de um homem que foi expulso da festa por não estar trajando a veste adequada. Isso mostra que a acolhida da salvação oferecida por Deus não pode ser algo superficial e apenas de palavras, mas uma atitude que transforma a vida. Aquele que aceita participar do banquete deve revestir-se de Cristo, com atitudes concretas que revelem a acolhida da salvação.

Hoje muitas pessoas continuam recusando a salvação oferecida por Deus, rejeitando seu amor. E isso fica visível com relação à Eucaristia, o banquete oferecido por Jesus, em seu Corpo e Sangue, para renovar em nossa vida a graça da salvação. Muitas pessoas rejeitam o convite de Jesus para participar da Eucaristia, deixando Deus em segundo plano em sua vida. E nós, que aceitamos participar da Eucaristia, devemos estar atentos para nos revestirmos de atitudes que revelem a nossa comunhão com Deus, como a solidariedade, compaixão e bondade.

 
Fonte: http://www.paroquiasaojudastadeusc.org.br/
Nossa Senhora da Conceição Aparecida


Com muita alegria nós, brasileiros, lembramos e celebramos solenemente o dia da Protetora da Igreja e das famílias brasileiras: Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto (MG).

Convocados pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram.

Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu, onde lançaram as redes e apanharam uma imagem sem a cabeça, logo após, lançaram as redes outra vez e apanharam a cabeça, em seguida lançaram novamente as redes e desta vez abundantes peixes encheram a rede.

A imagem ficou com Filipe, durante anos, até que presenteou seu filho, o qual usando de amor à Virgem fez um oratório simples, onde passou a se reunir com os familiares e vizinhos, para receber todos os sábados as graças do Senhor por Maria. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil.

Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).

No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora "Aparecida" das águas.

O Papa Pio X em 1904 deu ordem para coroar a imagem de modo solene. No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor. Grande acontecimento, e até central para a nossa devoção à Virgem, foi quando em 1929 o Papa Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil, com estes objetivos: o bem espiritual do povo e o aumento cada vez maior de devotos à Imaculada Mãe de Deus.

Em 1967, completando-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário de Aparecida a Rosa de Ouro, reconhecendo a importância do Santuário e estimulando o culto à Mãe de Deus.

Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início, em 11 de novembro de 1955, a construção de uma outra igreja, a atual Basílica Nova. Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional, sendo o "maior Santuário Mariano do mundo".

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!

 
Fonte: http://www.cancaonova.com/

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Luz de Cristo

 
A luz não existe para iluminar a si própria

Para os seres humanos, a luz é crucial e não nos sentimos muito bem na escuridão. São muitas as histórias de medo, de insegurança e de confusão que recordamos da nossa experiência com a escuridão. Quando entramos num compartimento escuro, geralmente temos medo e andamos devagar, receosos de chocar contra alguma coisa e assim nos magoarmos. A escuridão paralisa-nos e impede-nos de nos movimentarmos à vontade e com confiança.

Mas, a partir do momento em que acendemos a luz, o temor desaparece e conseguimos movimentar-nos com rapidez e segurança. A luz simplifica-nos a vida e traz-nos confiança e segurança. Perante a luz, tudo se torna visível e bem identificado. Ao longo das páginas da Bíblia, a luz é um símbolo poderoso acerca do que é Deus, a ponto de São João dizer, na sua primeira carta, que o Todo-poderoso é a luz: “Deus é luz, nele não há trevas” (I Jo 1,5).

Assim como há a identificação de Cristo com a luz, como São João descreve no Evangelho da sua autoria: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12). É a afirmação da Sua divindade, da vitória definitiva da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte, da graça sobre o pecado. A Pessoa e a Mensagem de Jesus Cristo têm poder para iluminar as nossas vidas, impedindo-nos de viver nas trevas. Assim, para os cristãos, a nossa luz é Cristo. É Ele que ilumina a nossa vida, erradicando o medo e a insegurança e acrescentando sentido e valor a ela.

As trevas, ao longo da Sagrada Escritura, significam a ausência de Deus, a ruptura com o Seu projeto salvífico e o consequente afastamento d'Ele. As trevas presentes no nosso mundo contemporâneo só poderão ser dissipadas com a presença do Altíssimo e a valorização da Sua mensagem, que tranquiliza, dignifica e pacifica a dignidade do ser humano. A sociedade em que vivemos e da qual somos parte ativa e comprometida precisa da luz do Evangelho, da proposta do amor e da esperança que Jesus nos veio trazer.

A luz não existe em função de si, não é luz para si mesma, não ilumina a si mesma. A Luz existe em função do que a rodeia, existe para iluminar a tudo e a todos. Ao reconhecermos e aceitarmos Jesus como a Luz do mundo, também nós nos tornamos luz. Podemos fazer uma comparação simples. Assim como a lua reflete a luz do sol também nós devemos refletir a Luz de Cristo, o nosso Sol. O mundo precisa que sejamos o reflexo da Luz, que é Cristo. O Senhor também disse que não se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa (cf. Mateus 5,15).

Ou seja, a luz que temos dentro de nós não é para ser escondida timidamente, mas para ser oferecida aos outros para que também eles possam ser inundados por ela. Ser luz significa mostrar com o nosso testemunho, as nossas palavras e as nossas ações que, realmente, Cristo faz a diferença e de que uma vida de acordo com os Seus ensinamentos é uma vida mais feliz.

O objetivo da missão da Igreja é iluminar com a luz do Evangelho todos os povos no seu caminhar na história rumo a Deus, para que n'Ele encontrem a sua plena realização. Devemos sentir o anseio e a paixão de iluminar todos os povos com a luz de Cristo, que resplandece no rosto da Igreja, para que todos se reúnam na única família humana, sob a amável paternidade de Deus.


Fonte: http://www.cancaonova.com/
Eduardo Rocha Quintella

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A busca da perfeição

Não se deve nivelar as normas de Deus com os preceitos humanos

"Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5,38-48). Esta clara determinação do Mestre divino é um vibrante apelo à fuga de toda e qualquer mediocridade. Cristo nos ensina que o apelo à santidade é para todo batizado.

Muitos julgam que a perfeição cristã está reservada aos grandes místicos como Santa Catarina de Sena, São João da Cruz ou Padre Pio. Eis aí um ledo erro, pois tal é a vocação de todo aquele que tem fé, dado que Deus já preceituara no Antigo Testamento: “Sede santos, porque eu sou santo”, como está no Livro do Levítico (Lv 2,43-45).

Jesus veio a esta terra para mostrar como colocar em prática a solicitação divina. Os santos realizaram de maneira excelente aquilo que todo cristão deve querer ser se tiver plena consciência de sua vocação. Não se trata de viver na estratosfera, num estado de alienação, mas simplesmente estar imbuído de uma disposição sincera de adesão à vontade do Ser Supremo, amando-O e ao próximo como Jesus amou.

Amar é preferir. É sacrificar as preferências egoístas para aderir às de Deus e aos legítimos interesses dos irmãos na fé, inclusive amando os inimigos e por eles orando.

Na prece do Pai Nosso se reza o que nem sempre se coloca em prática: “Seja feita a vossa vontade”. São Paulo decodificou o amor ao semelhante com detalhes magníficos: “A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não se ufana, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita o mal. Não folga com a injustiça, mas alegra-se com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,4-7).

A busca da perfeição, assim conceituada, é sem limites, pois o referencial dado por Cristo é a santidade divina. Ele deu a seus seguidores um modelo a imitar.

Não se deve abaixar as normas de Deus ao nível dos preceitos humanos. A medida que se deve aspirar é a imitação do Todo-Poderoso na sua infinita santidade.

Não há nunca um basta na caminhada do verdadeiro cristão. É claro que cada um alça seus vôos para o Alto de acordo com seus próprios carismas e sua atividade específica dentro da sociedade. Enraizado no batismo e na confirmação deste, cada um deve procurar o Reino de Deus ordenando as coisas temporais em vistas da salvação própria e dos outros. Tudo depende da união vital com Cristo, ou seja, uma sólida espiritualidade nutrida por uma participação ativa na Liturgia e expressa no estilo das oito bem-aventuranças evangélicas.

Na prática cotidiana isto significa a competência profissional, o senso sagrado do espírito familiar e cívico, as virtudes sociais. Além disto, na medida do possível, o engajamento nas diversas pastorais, colaborando na difusão do verdadeiro Cristianismo. Nunca se deve esquecer que para aqueles que assim amam a Deus tudo coopera para o bem.

A sublime missão de todo batizado é ser predestinado a reproduzir a imagem do Filho de Deus para uma multidão de irmãos. Diz São Paulo: “Os que Ele predestinou, Ele também os chamou. Os que Ele chamou, Ele justificou. Os que Ele justificou, ele os glorificou” (Rm 8,28-30). Deste modo, a santidade do povo de Deus se espalha em frutos abundantes como testemunha.

A força para o progresso espiritual advém a cada um através dos sacramentos que conferem as graças especiais para a vivência plena do Evangelho. O que não se pode, porém, esquecer é que o caminho da perfeição passa pela cruz. Não há santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso implica ascese, mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz.

A perfeição que Cristo preceitua tem, de fato, que passar pelo Calvário. Os sacrifícios diários no exercício da profissão, as tarefas de todo instante, a convivência com os semelhantes, a luta contra a carne e seus desejos maus e cobiças desregradas, a fuga das ocasiões de pecado, enfim, tudo isto a cada hora, sem paciência e muita determinação, ninguém consegue sem vencer, conviver consigo mesmo e com o próximo. Animado, contudo pelo Espírito de Jesus, pode o cristão vencer os movimentos desordenados da alma, lutando contra eles. É o que ensina São Paulo: “Os que são de Cristo crucificaram a carne com as paixões e concupiscências. Se vivemos pelo espírito, andemos também no espírito” (Gl 5, 25).

É, deste modo, que o cristão espera a graça da perseverança final e a recompensa de Deus, seu Pai, pelas boas obras realizadas com sua graça em comunhão com Jesus. Ao guardar esta regra de vida quem crê, vive na casa da esperança, olhos voltados para a Cidade santa, a Jerusalém celeste.

Eis o destino de todo aquele que, virilmente, corajosamente, prontamente busca as veredas da perfeição, as quais nunca se tornam possíveis para os fracos, os pusilânimes, os covardes.

Por tudo isto ser santo é ser salvo.


Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos
Perdão, coisa de gente inteligente

 
O portador do ódio é sempre o mais prejudicado

Uma de nossas reações mais comuns diante do sofrimento é a busca de justificativas e de culpados para tais situações. Não é fácil lidar com a dor, mais difícil ainda é enfrentar perdas e injustiças. Qual o pai que, ao perder seu filho em um assassinato, não ficará revoltado? A dor humana é compreensível e não pode ser pormenorizada, porém, precisamos aprender a trabalhá-la em nós.

Diante da injustiça, a mágoa e a revolta são consequências reais, contudo, a história nos revela que tais realidades são apenas consequências da dor e não um remédio para ela.

A violência sempre gerará mais violência, desencadeando assim um gradativo processo de disseminação do ódio, o qual, por sua vez, nunca encontrará o seu fim.

Mas como finalizar esses processos inaugurados pelo ódio? Para a violência se ausentar faz-se necessário a consciência de que um dos lados precisará ceder, perdoando.

Somos muito orgulhosos, em consequência do pecado original enraizado em nós e, por vezes, contemplamos as situações somente a partir do ângulo de nossas próprias razões. Nunca queremos dar o “braço a torcer” e queremos sempre ter a razão nas situações. E, muitas vezes, até a [razão] possuímos mesmo, contudo, “amar significa perder para ganhar” e perdoar é abrir mão da própria razão por uma realidade mais nobre.

Por mais injustiça que tenhamos experienciado, a atitude mais racional diante dessa realidade é o perdão. Por quê? Porque a mágoa nos torna pequenos e empobrecidos demais, além de ser a raiz de inúmeras enfermidades (segundo muitas comprovações científicas). O portador do ódio é sempre o mais prejudicado. Quando estamos magoados pensamos na pessoa que nos causou a dor durante as 24 horas do dia e acabamos por “aprisioná-la” dentro de nós.

Aquele que alimenta o ódio enxerga apenas a si mesmo e o seu sofrimento, fragmentando assim a própria existência e deixando de lado outras realidades essenciais. Quem vive magoado não tem qualidade de vida, não tem paz…

Perdoar é extinguir a trama de angústias que o ódio produz em nós, é libertar-se para descobrir a beleza até mesmo na desventura.

Sei que, em determinadas situações, o perdão não é coisa fácil, porém, perdoar é uma questão de decisão e não de sentimento. A graça de Deus não nos desampara, ela está sempre pronta a auxiliar aqueles que desejam verdadeiramente viver a reconciliação.

Não percamos mais tempo: libertemo-nos de toda mágoa! Existe muita vida para se viver e ainda muita alegria/realização para se conquistar.

Coragem!


Fonte: http://www.cancaonova.com/
Padre Adriano Zandoná
Os caminhos do Senhor


Somos livres para recusar os dons de Deus

As formas de Deus agir, sempre manifestadas quando Ele se revela, são diferentes do jeito de ser da pessoa humana. O Seu projeto passa a constituir-se como proposta para o nosso proceder. As respostas que damos a Ele devem ser de forma consciente e livre.

As pessoas têm plena liberdade para atender o chamado feito pelo Senhor. Elas devem dizer um "sim" que realmente seja "sim", com autenticidade e coração livre. Muitos trocam seu "sim" pelo "não", deixando de realizar o bem como primeira proposta assumida.

Somos livres para recusar os dons de Deus, podendo até agir de forma contrária, evidenciando nosso orgulho próprio. Foi o que aconteceu com o filho que disse “sim” e acabou realizando o “não”, contrariando a vontade de seu pai.

Pelo nosso livre-arbítrio, podemos escolher fazer o bem ou o mal. Tendo feito a escolha, somos também capazes de mudar de rumo. Isso é sinal de que temos limitações e nunca estamos prontos e totalmente certos sobre o caminho que devemos percorrer.

Diante de tudo isso, o seguimento do caminho do Senhor supõe frequente revisão de vida. É um processo de conversão constante, de discernimento sobre o que seja melhor a ser realizado, e que traga consequências realmente positivas para o bem comum.

Para agir bem é preciso afastar de nós a arrogância e o egoísmo, porque eles ameaçam a convivência e criam privilégios. Com isso deixamos de ser servos. A prática da humildade faz a diferença na construção de uma comunidade fraterna e humana.

Nos caminhos do Senhor temos que evitar uma prática religiosa intimista, que tem um olhar voltado para Deus sem dar importância ao irmão com quem convivemos. É o perigo da prática vertical sem dimensão horizontal da fé, sendo ação apenas subjetiva. Assim caímos facilmente na ideologia da prosperidade, muito falada hoje, de olhar para si mesmo sem dar conta de que os caminhos do Senhor passam pela vida de comunidade. Deus quer nosso trabalho e luta para conquistarmos os bens necessários de sobrevivência.


Fonte: http://www.cancaonova.com/
Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

As armas contra o inimigo


O demônio tenta nos enganar de várias maneiras

Muitos cristãos, ao tomarem a decisão de seguir ao Senhor, pensam que vão ter uma vida mais tranquila. Mas a verdade é o contrário, pois o demônio não tem interesse em atacar os que não são seguidores de Cristo. Até mesmo os santos foram perseguidos. O interesse do maligno é colocar obstáculos na vida daqueles que decidiram seguir o Senhor.

Isso não é motivo de nos levar a uma crise. Não temos motivo para temer o inimigo, pois ele já foi derrotado. O demônio é que tem de ter medo de você, e a razão é simples: nós somos filhos e filhas de Deus, herdeiros do Reino. O maligno tem muita raiva, porque aquilo que foi dado a ele uma vez, agora é dado a nós. Ele tenta nos enganar de várias maneiras, mas tem uma técnica que ele usa frequentemente para nos atacar: é o desânimo, o desencorajamento. O desânimo não vem de Deus, sempre vem do inimigo, daquele que nos faz desistir de ir em frente.

Vamos olhar para São Pio de Pietrelcina. Quando um analista do Vaticano disse que ele era um psicopata, este santo entrou numa crise tremenda. Ele olhou para seus estigmas e se questionou se tudo era falso. Madre Teresa de Calcutá, no seu leito de morte, também viveu uma grande crise ao sentir o amor de Deus longe dela. O bispo teve de enviar um exorcista até ela e convencê-la de que aquele sentimento não vinha de Deus.

É muito normal que também nós vivamos esses momentos de crise. Seguir Jesus num momento de entusiasmo é fácil, mas continuar O seguindo nos momentos de sofrimento é difícil. O inimigo virá tentá-lo quando você estiver se sentindo fraco, cheio de medos, com raiva, ansiedade, tristeza. É nosso papel lutar contra essas táticas que ele usa para nos desanimar. A tática que ele também utiliza é nos apresentar meias verdades, porque o demônio é um mentiroso, enganador, trapaceiro. Ele nos apresenta algo que parece muito bom, quando, na verdade, é muito ruim.

O maligno diz que por causa dos seus pecados, você não consegue fazer nenhuma tentativa para ser mais santo. Muitas vezes nós pensamos que as tentações são somente relacionadas ao sexo, à raiva, aos sentimentos de ódios. Essas são grandes tentações. Mas temos de estar atentos a uma grande tentação que é não fazer a vontade de Deus.

O inimigo faz de tudo para que nós saiamos do caminho da vontade do Senhor. Ele ousou tentar Jesus a desobedecer ao Pai, quando O levou ao alto do monte e mostrou-Lhe as cidades, dizendo que elas pertenciam a Ele [Jesus]. A tentação do inimigo a Cristo era muito atraente. O Pai dizia para o Filho ir para a cruz e o inimigo pedia que Ele desobedecesse ao Pai e tomasse posse daquelas cidades. Mas Nosso Senhor Jesus Cristo diz: “Afasta-te de mim, satanás. Eu adoro somente ao Pai”.

Irmãos e irmãs, será uma luta até o fim de nossa vida, mas se nós usarmos as armas não precisaremos ter medo nenhum. A primeira arma é a Eucaristia. O inimigo treme diante da Eucaristia, porque ela é sinal de humildade. Jesus quis, por um momento, aniquilar a Si mesmo, entrando nas espécies do pão e do vinho para ficar perto de nós. Uma outra arma forte contra o inimigo é o Sacramento da Confissão. Este sacramento é mais poderoso do que a própria oração do exorcismo.

Momentos de desânimo podem acontecer em nossas vidas. Quando isso acontecer se agarre a Virgem Maria. Um jovem teve uma visão na qual ele precisava construir uma barco para atravessar o oceano. Enquanto ele construía este objeto as pessoas diziam que ele não iria conseguir e que ele não conseguiria vencer a fúria do mar. Até que aquele rapaz terminou de construí-lo e começou a remar em direção à longa jornada no oceano. Mas um amigo disse a ele: “Meu amigo, tenha coragem. Seja forte!” E aquele jovem olhou somente para aquele homem que estava dando força para que ele continuasse. E toda vez que ele sentia o desânimo se aproximar ele se lembrava daquelas palavras do amigo.

Muitos poderão nos chamar de doidos, de loucos, mas há uma Maria que está gritando em nossos ouvidos: “Boa viagem! Não tenhais medo do inimigo. Não desanimem porque a vitória é nossa. Uma vez que Jesus Cristo derrotou o inimigo, com o Senhor nós também o derrotaremos.” A Santíssima Virgem Maria nos diz hoje: “Eu estarei com vocês. Não tenham medo. Vão em frente. Vocês serão vencedores!”

Rogue pela intercessão da Mãe, clamando: Maria, nós cremos em Ti, porque Tu és nossa Mãe. Nenhuma mãe deixará o filho em perigo sem dar a ele uma mão, sem ajudá-lo. Maria, sabemos que Tu estás conosco, e por causa de Ti nos sentimos seguros.

Nossa Senhora nos diz: “Faça tudo o que Ele lhe disser. Vá em frente. Não desanime!

Lembre-se das palavras de Jesus: ‘Eu sou, porque nada é impossível para aquele que crê’”.


Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Frei Elias Vella
Franciscano conventual, líder da RCC na Ilha de Malta

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O caminho da simplicidade

Muitas vezes, somos levados a pensar que a santidade requer grandes feitos


Iniciamos outubro, Mês das Missões, com a Padroeira das Missões, Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Desde criança ela sempre quis viver a santidade, e no Mosteiro teve o coração dilatado para abraçar o mundo e sentir a vocação de ser o Amor, que tudo resume na missão evangelizadora da Igreja. Para isso, ela percorreu o caminho de saber viver bem as pequenas coisas de cada dia.

Toda a vida de Santa Teresinha do Menino Jesus nos leva a trilhar os caminhos da simplicidade e do abandono espiritual nas mãos de nosso querido e amado Pai.

Ela descobriu, desde cedo, que não há outro caminho para a transformação do homem a não ser aquele trazido pela revelação de Jesus. Deixar de lado os sonhos de onipotência, reconhecer a impotência da salvação pelos meios humanos, ficar ciente de nossa miséria e fragilidade e entregar-se confiado e de modo incondicional nas mãos poderosas e ternas de nosso querido e amado Pai. Este é o caminho da simplicidade, a chamada pequena via de salvação.

Neste tempo em que grandes conglomerados querem dominar o mundo, numa situação na qual aparentemente o poder está muito presente e dentro da vida das pessoas, olhar para Santa Teresinha e contemplar a sua felicidade na simplicidade é redescobrir a vida cristã, que supõe a nossa fidelidade a cada dia aos mandamentos do Senhor.

Muitas vezes, somos levados a pensar que a santidade requer grandes feitos, feitos heroicos (que também existem e são importantes), mas, Jesus nos ensina nos Evangelhos que para entrarmos no Reino dos céus, e mesmo para conseguirmos desempenhar os grandes feitos, devemos voltar a viver como crianças, ou seja, reviver a criança que existe em cada ser humano.

Lemos no livro autobiográfico de Teresinha do Menino Jesus o seguinte: “Compreendo, perfeitamente, que só o amor nos pode tornar agradáveis ao Bom Deus, sendo este o único bem que ambiciono. Jesus se compraz em apontar-me o único caminho que conduz a essa fornalha divina. O caminho é o abandono da criancinha que adormece sem temor nos braços de seu pai... ‘Todo aquele que é pequenino, venha a mim’, disse o Espírito Santo por boca de Salomão, e o mesmo Espírito de Amor declarou ainda que ‘com os pequeninos se usará de comiseração’. Em seu nome, revela-nos o profeta Isaías que, no último dia, ‘o Senhor conduzirá seu rebanho às pastagens, reunirá os cordeirinhos e os aconchegará contra o peito’. E como se todas estas promessas não bastassem, o mesmo profeta, cujo olhar inspirado já se embebia nas profundezas da eternidade, apregoa em nome do Senhor: ‘Como uma mãe acarinha seu filhinho, assim vos consolarei, carregar-vos-ei ao peito, acariciar-vos-ei no regaço’” (História de uma alma – Edições Paulinas – 9ª. Edição – pag. 194/195).

Com efeito, uma criança é um ser impotente e quando se sente ameaçada por um perigo iminente corre e se abriga no regaço de sua mãe, de seu pai, e aí encontra segurança, amparo, tranquilidade e paz.

O que é, pois, o caminho do abandono? Abandonar-se é o que ensina Santa Teresinha do Menino Jesus: sentir-se pequeno como uma criança e se entregar às mãos do Pai, nosso Abbá, mãos ternas e carinhosas e, assim, nos sentirmos abrigados e pacificados nas agruras e tristezas dos embates da vida.

A santidade passa, pois, pela linha da simplicidade e do abandono dos humildes e pequeninos, daqueles que estão conscientes de sua fragilidade e estão afastados da sua prepotência e autosalvação, mas necessitam de outro, Deus, para encontrar o caminho da libertação: “A santidade não é esta ou aquela prática, mas consiste numa disposição do coração que no faz humildes e pequenos nos braços de Deus, conscientes de nossa debilidade e confiados até a audácia em sua bondade de Pai” (Obras completas. Últimas conversações, pág. 1397).

Por fim, reflitamos sobre a oração dessa grande santa francesa. Sua oração é a oração da criança impotente, do ser frágil, que se entrega nas mãos do seu Pai e Criador sem qualquer petulância, sem qualquer arrogância e suplica Sua proteção, Seu abrigo.

Orar, para Teresinha do Menino Jesus, nada mais é do que se abandonar, entregar-se nas mãos todo-poderosas, mas todo-carinhosas de nosso Pai, que nos ama a todos como filhos e filhas muito prediletos.

Recordo este pequeno trecho de uma oração de Santa Teresinha do Menino Jesus, no qual ela manifesta seu amor a Deus e sente-se pequena como uma pequena avezinha, mas totalmente envolvida pelo amor incondicional de seu Pai, a quem carinhosamente chama de seu sol:

“Águia não sou, mas dela tenho, simplesmente, olhos e coração, pois que, não obstante minha extrema pequenez, ouso fitar o Sol Divino, o Sol do Amor, e meu coração sente nele todas as aspirações de águia... Quisera a avezinha voar em direção ao Sol fulgurante que lhe fascina os olhos. Quisera imitar as águias, suas irmãs, quando as vê alternarem-se até o divino foco da Santíssima Trindade... Tudo o que se poder fazer, ainda mal, é soerguer as asinhas. Mas, sair voando é o que sua reduzida força não permite! Qual será sua sorte? Morrer de desgosto, por se ver tão tolhida? ... Isso não! A avezinha nem sequer se apoquentará. Num audaz abandono, que ficar mirando seu Divino Sol.

Nada a poderia amedrontar, nem o vento, nem a chuva. E, quando nuvens carregadas vêm encobrir o Astro do Amor, a avezinha não muda de instância. Sabe que, além das nuvens, seu Sol está sempre a brilhar, e seu esplendor não poderia empanar-se um instante sequer” (História de uma alma – pág. 204/205).

Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós!

Fonte: http://www.paideamor.com.br/
Dom Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano Rio Janeiro